Depois que meu amor foi internado, comecei a procurar na internet sobre Dependência-Química, e por sorte achei o blog da Polly no Google e por ele vários outros... O que me ajudou muito, pois fora os blogs é tudo muito cientifico, muita teoria e isso não ajuda muita coisa.
E com isso fui descobrir que EU TAMBÉM ESTAVA DOENTE! É eu sou uma co-dependente graças a Deus e a vocês hoje é em recuperação.
Por o João ter sido internado involuntariamente, nós não tivemos a oportunidade de nos despedir, de conversar sobre... Ele simples "se foi"... O que acabou tornando mais difícil ainda eu acho.
Uma coisa que me ajudou muito é que 3 semanas depois eu estava de viajem marcada pro Amazonas, eu fui participar do projeto Rondon (um projeto lindo, uma experiencia de vida única e incrível... quem estiver fazendo faculdade e tiver oportunidade... Vá! Vale muito a pena!) Fiquei quase um mês lá, e como era tudo novo, trabalhava o dia todo... Fez eu "esquecer" minha vida aqui, fez o 1º mês longe dele, passar bem mais rápido...
Quando voltei de viajem já tinha 1 mês e meio que ele tinha ido,
eu já havia mandado uma carta pra ele antes de ir, então cheguei com esperanças de quando chegar em casa ter uma carta dele pra mim, mais não tinha... :/
Só depois de uma semana que fomos nós falar pela 1ª vez por telefone. O papo deve ter durado quase uns 10min. mais não deu pra conversar praticamente nada... Ele disse que tinha me respondido, mais a carta nunca chegava...
Mandei mais algumas cartas... e ficamos nos falando +/- de 15 em 15 dias por telefone.
E as cartas dele pra mim, ele não mandou mais (já que a 1ª não chegou, depois de um bom tempo, o cara que põe as cartas no correio foi confessar que não tinha colocado, que tinha "perdido ela" que ódio viu!)... Ele foi escrevendo e deixando lá, quando fosse ter visita ele ia entregar pra mãe dele, pra ela me entregar...
E assim foi... recebi suas cartas só em agosto... Tinha varias, coisas tão lindas... Letras de músicas que ele havia feito pra mim (fico me achando rsrs, ele é um ótimo compositor qualquer dia escrevo uma delas pra vocês verem e comprovarem...).
Nas visitas eu não fui em nenhuma, pois era só na quarta. E como eu trabalho e fica umas 7hs de onde eu moro ficava muito difícil ir.
Com isso a falta de contato, a saudade... Eram coisas que levava minha co-dependência em niveis altíssimos.
Quantas e quantas vezes eu chorava, me perguntava o porque?! Muita falta de aceitação, muito sofrimento...
Alguns dias eu conseguia me equilibrar, dava uma melhoradinha... Sai de casa com os amigos, mais quando eu ficava sozinha, começava a pensar e lá vinha a co-dependência novamente.
E assim foi, confesso que esse período de distancia foi muito difícil tive momentos que sofri muito.
Meus pais não sabem que meu namorado é um adicto, preferi não contar por dois motivos:
1º quando ele foi internado meus pais ainda não o conheciam pessoalmente, sabiam da existência dele, que ele vinha pra cá e tudo mais. Então pensei: Putz, eles nem o conhecem... se souberem disso já vai criar uma resistência logo de cara, e não iriam se dar a oportunidade de vê-lo com bons olhos, de enxergar o cara bom que também existe ali.
2º é uma escolha minha se eles me ver sofrendo por isso, eles vão sofrer também e sem poder fazer nada pra me ajudar.
Resumindo: Não é o tipo de relacionamento que nenhum pai deseja para os filhos, e como fui eu que escolhi prefiro poupa-los desse sofrimento.
Aqui todos os meus amigos sabem de tudo. A grande maioria, meu deu conselhos do tipo: Saí fora, não entra nessa não, melhor sair agora no começo do que depois quando estiver mais envolvida.
Tem uma amiga próxima que já namorou com um adicto, ela sofreu muito e foi uma das pessoas que mandou eu cair fora.
Sei que todas as pessoas que me falaram isso são pessoas que me AMAM muito, que querem meu bem. Mais nada do que me falaram adiantou, logico que eu sabia dos meus riscos, mais eu gostava muito, o João tem muitas qualidades que o faz ser uma pessoa muito especial, e que pode me fazer muito feliz se ele mudar, se ele entrar verdadeiramente em recuperação.
E tive amigos que me deram palavras de apoio também, então sempre tive com quem conversar.
Teve uma amiga em especial, que não vou chama-la de lalá... Ela foi essencial, foi a pessoa que mais me ajudou... Foi um anjo em minha vida, foi a pessoa que mais procurei no período que tive que ficar longe do João, ela sempre me falava tantas palavras de otimismo, me deu colo pra eu chorar.
Jamais vou esquecer da força enorme que ela me deu.
No próximo post vou falar de quando nos reencontramos... de sua recuperação, onde também comecei a me recuperar também... Pois a co-dependência é assim neh?! Se o nosso adicto está bem, estamos também.
beijinhos... daqui a pouco tem mais... rsrs
Fiquem na paz!
Muitas lágrimas aqui... Acabei de descobrir seu blog e tenho uma história muito parecida até esse post, que eu já li.
ResponderExcluirEstava mesmo procurando alguém da minha idade e que fosse namorada e não esposa, porque acho uma grande diferença.
Seu blog muito me ajuda! obrigada!
Oi Lala, que bom que meu blog te ajudou de alguma forma, fico muito feliz por isso!
ExcluirSei bem o que você se passa e por isso te digo minha amiga...
TamuJunta!!!